sexta-feira, 20 de junho de 2008

Fresno busca vaga como 'roqueirinhos do cenário pop'

Caso de sucesso na internet brasileira, a banda gaúcha Fresno fez o caminho inverso do que se vê lá fora atualmente. Abriu mão da independência, fechou com uma grande fonográfica, gravou com um todo-poderoso da produção musical e agora cava seu espaço como "o representante jovem do rock" em meio aos sucessos populares que emplacam em qualquer lugar - vaga que já foi do CPM22 e hoje é ocupada pelo NX Zero.

Uma das favoritas da turma do emo rock nacional, a Fresno, sob orientação de Rick Bonadio (Mamonas Assassinas, Rouge e o próprio NX Zero), lapidou seu som em um formato mais pop e com um apelo mais genérico - o que, vale frisar, é legítimo e pode funcionar. Mesmo em seus tempos de recorde de downloads gratuitos em sites como o TramaVirtual, os gaúchos já eram uma banda de canções românticas convencionais com guitarras distorcidas. O visual roqueirinho tatuado é uma atração estética distinta para público, um toque mais moderno para os olhos. Tipo o inofensivo Rafinha do "BBB 8".

Os corinhos com DNA emo prosseguem em "Redenção", mas agora têm a companhia de mais sintetizadores e pianos, vocais com uma produção mais lustrada e brilhante. As letras? "Não. Eu não quero lembrar que alguém que não te quer está ocupando o meu lugar" ("Não quero lembrar") "Ter. amar. Botar tudo a perder. E não saber por quê" ("Passado"). "Você diz que é só de amor que eu sei falar. Mal sabes que, se eu soubesse, eu tentaria te ligar" ("Desde que você se foi"). Linhas de entendimento fácil, sem nada comprometedor, mas, ao mesmo tempo sem nenhuma grande sacada. Se emplacou, emplacou.

O que vai acontecer? A Fresno vai conseguir ainda mais espaço como "nome rock" em programas de variedade e festivais de verão (provavelmente sem nenhum sucesso estrondoso, porque já são a terceira ou quarta geração da espécie), os antigos fãs vão se dividir entre os que "entendem" a nova fase da banda e os que dizem que eles se venderam e que vão procurar uma próxima banda em algum porão da internet e todos vamos ser importunados por mais outra leva de músicas desinteressantes. Antes o Créu.

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